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Didática crítica: características e objetivos

Didática crítica: características e objetivos

Abril 27, 2024

Didática crítica ou pedagogia crítica , é uma filosofia e um movimento social que aplica conceitos de teoria crítica ao processo de ensino-aprendizagem. Sendo uma filosofia, oferece uma série de perspectivas teóricas que problematizam tanto os conteúdos quanto os propósitos da pedagogia. Da mesma forma, sendo um movimento social, problematiza o próprio ato de educar e é promovido como uma perspectiva inerentemente política.

Neste artigo, veremos o que é a didática crítica e como ela transformou modelos e práticas educacionais.

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Didática crítica: da educação à consciência

A pedagogia crítica é uma proposta teórico-prática desenvolvida para reformular as noções e práticas tradicionais de educação. Entre outras coisas, ele propõe que o processo de ensino-aprendizagem é uma ferramenta que pode promover a consciência crítica e, com isso, a emancipação do povo oprimido.


A pedagogia crítica é a base teórica da prática educacional; e didática, por outro lado, é a disciplina na qual esta base é especificada. Ou seja, a didática torna-se visível diretamente na sala de aula e nos conteúdos que são ensinados , enquanto a pedagogia funciona como o sustento ideológico (Ramírez, 2008). Ambos os processos, teóricos e práticos, são entendidos a partir dessa perspectiva como um processo único, de modo que suas características tendem a ser englobadas da mesma forma sob os termos "didática crítica" ou "pedagogia crítica".

Sua base teórica

No nível epistemológico, a didática crítica começa por considerar que todo conhecimento é mediado pelas categorias de entendimento (Red,), com as quais ele não é neutro ou imediato; sua produção está incluída no contexto e não fora dela. Enquanto o ato educativo é fundamentalmente um ato de conhecimento, a didática crítica leva em conta suas conseqüências e elementos políticos .


Este último também exige pensar que a escola da modernidade não é uma criação que transcende a história, mas está ligada às origens e ao desenvolvimento de um tipo particular de sociedade e estado (Cuesta, Mainer, Mateos, et al, 2005); com o qual, cumpre funções que é importante visualizar e problematizar.

Isso inclui tanto o conteúdo escolar quanto a ênfase nos assuntos que eles ensinam, assim como as estratégias pedagógicas e as relações que são estabelecidas entre professores e alunos. Promove especificamente uma relação dialógica, onde é estabelecido em um diálogo igualitário fortemente focado nas necessidades dos alunos e não apenas o professor.

Da mesma forma, os efeitos que as práticas de ensino podem ter sobre os alunos são considerados, especialmente aqueles que historicamente foram deixados de fora da educação tradicional.


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Paulo Freire: precursor da pedagogia crítica

No final do século XX, o pedagogo brasileiro Paulo Freire desenvolveu uma filosofia pedagógica na qual defendia que a educação é uma ferramenta que deve ser usado para se livrar da opressão . Com isso, é possível criar consciência crítica nas pessoas e gerar práticas emancipatórias fundamentalmente comunitárias.

Freire tentou capacitar os alunos na capacidade de pensar criticamente sobre a situação de seus alunos; assim como contextualizar essa situação em uma sociedade concreta . O que eu estava procurando era estabelecer conexões entre as experiências individuais e os contextos sociais nos quais elas eram geradas. Tanto sua teoria da pedagogia do oprimido quanto seu modelo de educação comunitária representam uma grande parte dos fundamentos da didática crítica.

6 pressupostos teóricos da pedagogia e da didática crítica

Segundo Ramírez (2008), existem seis pressupostos que precisam ser considerados para descrever e compreender a pedagogia crítica. O mesmo autor explica que as seguintes premissas fazem referência tanto à sustentação teórica da didática crítica quanto às atividades educativas geradas a partir dessas.

1. Promover a participação social

Seguindo o modelo de educação comunitária a didática crítica promove a participação social, além do contexto da escola. Inclui o fortalecimento de um pensamento democrático que permite reconhecer problemas e alternativas de solução como um todo.

2. Comunicação horizontal

Trata-se de promover a igualdade de condições entre a vontade dos diferentes sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Isso dissolve a relação hierárquica e é estabelecido um processo de "desaprendizagem", "aprendizado" e "reaprendizado", que também influencia a "reflexão" e a "avaliação" subsequentes.

Um dos exemplos de estratégias didáticas em concreto, e dentro do contexto das salas de aula, são os debates e os consensos que são aplicados tanto para pensar problemas sociais concretos, quanto na estruturação dos planos de estudo.

3. Reconstrução histórica

A reconstrução histórica é uma prática que nos permite compreender o processo pelo qual a pedagogia se estabeleceu como tal e considerar o escopo e as limitações do próprio processo educacional , em relação a mudanças políticas e comunicativas.

4. Humanizar processos educativos

Refere-se à estimulação de habilidades intelectuais, mas ao mesmo tempo refere-se a afiar o aparato sensorial. Se trata de criar as condições necessárias para gerar autogoverno ações coletivas; bem como uma consciência crítica das instituições ou estruturas que geram opressão.

Reconhece a necessidade de localizar o assunto no quadro das circunstâncias sociais, onde a educação não é apenas sinónimo de "instrução"; mas um poderoso mecanismo de análise, reflexão e discernimento, tanto das próprias atitudes e comportamentos quanto da política, ideologia e sociedade.

5. Contextualizar o processo educativo

Baseia-se no princípio de educar para a vida comunitária, procurando sinais de identidade coletiva que questionar crises e valores culturais baseados na segregação e exclusão. Desta forma, a escola é reconhecida como um cenário de crítica e questionamento de modelos hegemônicos.

6. Transforme a realidade social

Todos os itens acima têm consequências no nível micropolítico, não apenas dentro das salas de aula. A escola é entendida como um espaço e uma dinâmica que coleciona problemas sociais, o que possibilita propor formas concretas de encontrar soluções.

Referências bibliográficas:

  • Rojas, A. (2009). A didática crítica critica a educação bancária crítica. Integra Educativa, 4 (2): 93-108.
  • Ramírez, R. (2008). A pedagogia crítica. Uma maneira ética de gerar processos educacionais. Folios (28): 108-119.
  • Cuesta, R., Mainer, J., Mateos, J. et ai. (2005) didática crítica. Onde há necessidade e desejo. Consciência social. 17-54.

DIDÁTICA E PLANEJAMENTO (Abril 2024).


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